Prefeitura de Parnaíba gasta R$ 300 mil em show de 1h30 da banda Chicabana

A Prefeitura de Parnaíba, no litoral do Piauí, assinou o Contrato istrativo nº 436/2025 com a empresa baiana Saymon Produções Ltda, para custear a apresentação da banda Chicabana no evento “XXIII São João da Parnaíba”, no dia 27 de junho de 2025. O valor do contrato chama atenção: R$ 300 mil por apenas 1h30 de show na Praça Mandu Ladino, recursos pagos com dinheiro público por meio da Secretaria Municipal de Gestão.

Foto: Reprodução / GP1

Francisco Emanuel (PP)

O contrato foi firmado por inexigibilidade de licitação, o que impede qualquer concorrência e avaliação de propostas mais vantajosas aos cofres municipais. O pagamento será dividido em duas parcelas de R$ 150 mil, sendo a primeira liberada já na do contrato e a segunda após a apresentação da banda.

A contratação levanta sérias críticas, especialmente diante da realidade enfrentada pela população de Parnaíba. O município, que ainda convive com deficiências em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura urbana, opta por investir uma quantia expressiva em entretenimento, enquanto escolas municipais enfrentam falta de estrutura, hospitais sofrem com superlotação e comunidades aguardam serviços básicos.

A celebração da cultura e do São João é importante, sem dúvida. No entanto, o valor investido nesse contrato evidencia um desequilíbrio nas prioridades da gestão municipal. Com R$ 300 mil, seria possível investir, por exemplo, na compra de medicamentos para unidades básicas de saúde, na reforma de escolas ou na aquisição de equipamentos para atendimento hospitalar.

Além disso, o próprio uso da Secretaria Municipal de Gestão como responsável por uma contratação de evento cultural é incomum, revelando possível falta de alinhamento entre as pastas responsáveis por cultura e a gestão financeira.

Em tempos de crise e com tantas demandas reprimidas, a população de Parnaíba merece uma explicação clara sobre a escolha dessa despesa, além de mais responsabilidade e transparência no uso do dinheiro público.