Nazismo: ofensa à humanidade e à memória dos 1.500 brasileiros mortos pelos alemães
Os 75 anos da libertação de Auschwitz nos fazem pensar sobre o horror que ainda está vivo entre nósOs nazistas nos atacaram de surpresa. Sem declarar guerra, afundaram seis navios no nosso litoral em apenas cinco dias de agosto de 1942. Numa época em que não tínhamos rodovias interligando esse imenso país, o navio percorria a estrada que levava brasileiros de norte a sul. O pior ataque, ao navio de ageiros Baependi, no caminho entre os portos de Salvador e Recife, matou 270 pessoas, famílias inteiras.

A odiosa ordem de Adolf Hitler de nos atacar de forma traiçoeira levou Getúlio Vargas a declarar guerra à Alemanha e demais países do Eixo. Com isso, o Brasil enviou tropas para a Europa, os expedicionários da FEB, que venceram batalhas grandiosas, como a de Monte Cassino, abrindo caminho para libertar Roma e, depois, toda a Itália. Entre civis, nos naufrágios, e militares, em combate, perdemos cerca de 1.500 brasileiros mortos pelos nazistas alemães.
E agora, como explicar, então, que nossos inimigos derrotados na Segunda Guerra Mundial reapareçam aqui mesmo, no Brasil, mas, falando português?
É incrível, mas no Brasil tudo parece mesmo possível... O Secretário de Cultura foi demitido, um dia depois de ser elogiado pelo presidente Bolsonaro. O motivo: tresloucadamente, Roberto Alvim divulgou um vídeo, copiado à risca de um discurso do mais fanático dos seguidores de Adolf Hitler, o temido Ministro da Propaganda da Alemanha Nazista, Joseph Goebbels. Alvim, com um olhar tão assustador e louco como o de Goebbels, repetiu frases inteiras – absolutamente sem nexo com nossa realidade – sobre como deve ser direcionada a cultura brasileira, nacionalista e sob forte influência estatal.
E que momento ele escolheu para dublar Goebbels (que matou os seis filhos antes de se suicidar)? Justamente o mês em que o mundo lembra os 75 anos da libertação, pelo Exército Vermelho Soviético, da maior “indústria da morte” já criada por um regime político: o campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia ocupada pelos nazistas.
Um milhão e duzentas mil pessoas perderam a vida nas câmaras de gás, fuzilamentos, de fome e por doenças causadas pelo esgotamento físico pelo trabalho escravo no vizinho campo de Birkenau.
Um milhão dessas vítimas eram judeus de toda a Europa ocupada pelos nazistas. Os outros 200 mil, outras minorias odiadas por Hitler, como os ciganos, povo nômade com origem indiana presente há mil anos na Europa, opositores políticos e homossexuais (antes de Hitler, Berlim era considerada a capital mais liberal da Europa, pela imensa presença de homossexuais na cultura local).
Os cultuadores de Hitler ainda hoje desmentem que tenha havido tantas mortes e até mesmo negam a existência de câmeras de gás. Mas é um fato histórico comprovado, aceito mundialmente e reafirmado por quem conheceu esse inferno, como o Papa João Paulo II que, em 1945, jovenzinho ainda, ajudou a carregar sobreviventes de Auschwitz para serem socorridos.
São João Paulo, de origem polonesa, não só confirmou o horror de Auschwitz, como canonizou uma mártir, Santa Benedita da Cruz, assassinada numa câmara de gás após ter sido retirada do convento em que vivia na Bélgica. Santa Benedita era de origem judaica e foi assassinada como forma de Adolf Hitler calar a Igreja Católica pelo medo.
Com um ado tão sombrio, porque, afinal, essa ideologia nazista, que deveria estar morta e enterrada pela história, insiste em conquistar corações, mesmo aqui no Brasil, que já foi vítima dela? O que leva brasileiros a flertar com o discurso nacionalista baseado no ódio que fez Hitler arrastar um país inteiro para a própria destruição.
Nazismo é igual a racismo, ódio e perseguição às minorias, à censura ao pensamento... tudo isso com um único objetivo: alimentar o ego de falsos patriotas, na verdade, meros cultuadores da violência... É preciso vacinar nosso povo contra esse mal e o nome desse remédio é informação.
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